My first post. Falarei sobre o que? Nem eu tenho idéia.
Não vou começar logo com meu filme preferido, "Dogville". Esse fica para algum dia futuro. Vou papear sobre literatura, mas não sobre o que li, e sim sobre o que deixei pela metade.
Primeiro tomo: "Lolita", de Vladimir Nabokov, adaptado por Stanley Kubrick em 1962. Este último era um gênio, admitamos: transformou em algo tragavél "O Iluminado", de Stephen King. Mas vejamos o livro. Segundo o que observo, parei exatamente na página 54 da edição lançada pela Folha de São Paulo em 2003, exatamente na parte em que Humbert Humbert nomeia todos os alunos de uma turma da escola de Ramsdale (sendo assim, destruo de primeira a proposta do post: essa não é a metade nem aqui nem na China).
. O primeiro capítulo é notável, trecho sublime e antológico que muitos escritores atuais não conseguiram alcançar nem em um livro inteiro: "Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama". Ótimo trocadilho. Entretanto, agora chega uma das melhores frases que li em toda minha vida: "Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta." Nossa, o cara sente prazer até em dizer o nome da garota! O nome da menina, para ele, é peça orgástica, a única que faltou depois do ocorrido com Dolores, coisa que não sei o que é pois não cheguei ao final. A partir daí, HH fala da sua vida até conhecê-la: a meninice travessa e já propensa a certos fetiches, a juventude monótona do lado de uma mulher adúltera e aí, a chegada Dela. Sim, Dela. Linda, esbelta, saboreando um doce numa cadeira de praia da inquilina.
Então começa a história propriamente dita, escrita em forma de diário. Os seus pensamentos sexuais, o que HH quer fazer com ela, tudo descrito da forma mais sutil e burguesa possível. Porque burguesa? Ora, pelo simples fato de esconder o que sentia. Às vezes, se tem a impressão de que Ela também se insinua para ele, mas pode ser tudo suposição, hipérboles dos fatos reais.
Nabokov era russo. Nasceu em 1899. Estudou em Cambridge, logo em seguida dando aulas de tênis e iniciando sua carreira literária. Pelo teor de "Lolita", lançado em 1955, é palpável o rebuliço que provocou sociedade da época: muitos prós e contras e críticas severas que apontava o livro somente como pornografia estilizada. Até hoje isso acontece, claro, muitas pessoas irão dizer: gente idiota existe em muitos lugares e em todas as épocas.
Mas hoje o livro pode ser comprado em qualquer livraria de boa qualidade, é isso que importa, e ser saboreado de qualquer forma. Até mesmo como um pirulito ao sol do meio-dia.
domingo, 13 de abril de 2008
Ponette (1996)

Conta a história de uma menina de 4 anos que acaba de perder a sua mãe, mas acredita inflexivelmente que ela irá voltar. Apesar das insistências dos adultos, Ponette (Victoire Thivisol) não consegue aceitar que nunca mais irá ver a falecida. Na companhia de outras crianças, discute, dizendo que brinca de noite com a mãe, e as mesmas também tentam convencê-la de que isso não é verdade. Diálogos fortes sobre religião, filosofia, magia negra, orações e até mesmo descrença. Nada que convença a pequena.

Uma raridade que tive o orgulho de assistir, e que indico.
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